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23 maio 2015

Resenha: Depois de Auschwitz - Eva Schloss

Autora: Eva Schloss
Editora Universo dos Livros
Ano: 2013
Páginas: 304

Sinopse

Depois de Auschwitz - Em seu aniversário de quinze anos, Eva é enviada para Auschwitz. Sua sobrevivência depende da sorte, da sua própria determinação e do amor de sua mãe, Fritzi. Quando Auschwitz é extinto, mãe e filha iniciam a longa jornada de volta para casa. Elas procuram desesperadamente pelo pai e pelo irmão de Eva, de quem haviam se separado. A notícia veio alguns meses depois: tragicamente, os dois foram mortos.

Este é um depoimento honesto e doloroso de uma pessoa que sobreviveu ao Holocausto. As lembranças e descrições de Eva são sensíveis e vívidas, e seu relato traz o horror para tão perto quanto poderia estar. Mas também traz a luta de Eva para viver carregando o peso de seu terrível passado, ao mesmo tempo em que inspira e motiva pessoas com sua mensagem de perseverança e de respeito ao próximo – e ainda dá continuidade ao trabalho de seu padrasto Otto, pai de Anne Frank, garantindo que o legado de Anne nunca seja esquecido.

Resenha

Durante a Segunda Guerra Mundial, devido a dominação nazista em vários países europeus, muitas famílias judias, viviam mudando de casa, cidade e país, na tentativa de encontrar um local seguro. Com isso, trabalhos foram abandonados, lares desfeitos e em período de guerra, a privação material era constante, mas principalmente a falta de confiança. Eva e sua família, se sujeitaram a morar na casa de outras pessoas, em busca de abrigo, por valores  muitas vezes absurdos e correndo o risco de serem denunciados.
"Nunca vou me esquecer do medo e do pressentimento que tive na noite em que os nazistas chegaram a Viena."

Ter um dia difícil no próprio aniversário, provavelmente ficaria marcado na memória de qualquer pessoa, mas e se neste dia você fosse capturado e enviado para um campo de trabalhos forçados e extermínio, e a viagem até o local, feita de trem por dias, em um vagão de carga, em pé, sem água ou qualquer alimento? No nímimo, abominável só de imaginar!
"Estávamos na escuridão, presos como animais condenados, com um balde fedido para ser usado como banheiro e outro com água."
Isto ocorreu com a autora Eva Schloss, ao completar 15 anos, arrancada de sua casa, juntamente com sua família e colocada em uma experiência avassaladora, vivida com a presença constante do medo, onde a individualidade, humanidade e livre arbítrio são violentamente anulados. 
"No futuro, se quisesse continuar viva, eu teria de desenvolver uma consciência bem refinada do que estava à minha volta e sustentar a mais forte determinação. Eu agora era a prisioneira A5272, parte de um processo cujo objetivo era acabar com meu orgulho e minha identidade. Quando fui levada para fora da estação de trem de Auschwitz, deixei a menina Eva Geiringer e seus sonhos para trás."
Chegando em Auschwitz, homens e mulheres eram imediatamente separados e este poderia significar o último momento em família para milhares de prisioneiros.
"Quando as portas se abriram pela última vez, vimos que o trem havia nos trazido ao local que tanto temíamos: as terras pantanosas e fétidas do sudoeste da Polônia. Tínhamos chegado a Auschwitz, um centro de extermínio do tamanho de uma pequena cidade, com milhares de trabalhadores ocupados, dedicados a aperfeiçoar o assassinato em massa e a extinção da raça judia".
Auschwitz foi escolhido como o principal campo de extermínio por sua localização central em relação a outros campos dispersos pela Europa.

O livro é narrado em primeira pessoa, em ordem cronológica e de forma muito clara, revelando com propriedade sensações e sentimentos da autora e contextualizando cada momento importante de sua história, compreendendo o antes, durante e o pós-guerra.

O livro como um todo me agradou, porém o relato do período após a guerra me fascinou, primeiro porque li poucas informações deste tipo em biografias sobre o Holocausto, as informações se baseiam normalmente no período de confinamento ou até o terrível retorno para casa, mas Eva foi além, compartilhando anos de sua vida e suas sequelas emocionais. 

Eva Schloss tinha a mesma idade de Anne Frank, chegaram a se conhecer, mas nunca moraram juntas ou possuíam qualquer laço de sangue. Não me agrada, o subtítulo do livro ao afirmar qua eram irmãs, já que na verdade, o pai de Anne, Otto Frank casou-se posteriormente com a mãe de Eva.

Tenho grande interesse e respeito pela questão do Holocausto e fico extremamente surpreendida pela capacidade de resiliência de muitos sobreviventes em seus relatos de luta pela sobrevivência seja durante a guerra ou após, lidando com suas dolorosas memórias e pesadelos.

Para os leitores com interesse no tema, recomendo muito este maravilhoso livro! 

"É facil afirmar que o bem e o mal existem dentro de cada um de nós, mas eu vi a realidade de perto, e isso me levou a uma vida de questionamentos sobre a alma humana."


Eva Schloss

Há um outro livro, escrito anteriormente, onde Eva revela basicamente a experiência em Auschwitz.
A história de Eva
A história de Eva - Eva Schloss narra a história sofrida de como sobreviveu a um campo de concentração nazista na Polônia. Em 1944, Eva, com apenas 15 anos, é capturada em Amsterdã e levada com a mãe para um campo perto de Auschwitz. Ambas são submetidas a condições desumanas de vida e quase sucumbem à morte em diversos momentos. Terminada a guerra, elas descobrem que o resto da família foi assassinado, e a mãe de Eva casa-se com Otto, pai de Anne Frank. Um importante livro sobre o Holocausto que mostra em detalhes um dos episódios mais cruéis da história recente.

Depoimento de Eva Schloss


Resenha em vídeo


Beijos!



8 comentários:

  1. Anna!
    Me dói nno coração apenas pensar nesse tempo e agradeço por não tê-lo vivido.
    Feliz em saber que Eva sobrevive a todas as atrocidades da época e pode nos trazer esse exemplar fascinante sobre o pós guerra e como o viveu e vive até os dias atuais.
    Não sabia que o pai de Anne havia casado com a mãe de Eva.
    Gostaria mesmo de ler esse livro.
    Desejo uma ótima semana!!
    “O começo é a metade do todo.”(Platão)
    Cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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    1. Oi, Rudy!
      Os fatos que envolvem o holocausto são realmente mosntruosos e abomináveis! Impactante por saber que fez parte de nossa história mundial e que infelizmente ainda há tantas demosntrações por todo o mundo de preconceito e intolerância!
      O livro é maravilhoso, recomendo!!!
      Beijos e uma ótima semana!!!

      Anna

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  2. Tenho sentido cada vez mais vontade de ler esses livros relacionados com a Segunda Guerra, graças às suas resenhas, Anna!
    São coisas que a gente não gosta nem de imaginar, não é? Me faz pensar no quanto sou egoísta e mal agradecida por reclamar de coisas tão tolas, às vezes.
    Achei estranho isso de "irmã de Anne Frank" também. Mas eles tem que dar uma jogadinha de marketing pra vender mais, né? Que bom que a leitura te agradou e que a autora foi além, falando do período depois do fim da guerra.

    Beijos,
    Duas Leitoras

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    1. Oi, Kemmy!!!
      Fico muito feliz por despertar a vontade desta leitura em você, obrigada!
      Eu realmente me interesso muito pelo tema e pela capacidade de superação e persistência pela vida que percebo nestas experiências.
      O subtítulo me incomodou, de verdade!!!
      Beijos!!!

      Anna

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  3. Anna, realmente para quem gosta da temática é um livro maravilhoso.
    Historiadores e amantes devem ficar fascinado por esse tipo de livro.
    Eu gostei por ser tão real, mas só de pensar em como era tudo chega a me dar calafrios.

    Lisossomos

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    1. Oi, Déborah!
      A leitura não é fácil, em relação as emoções que desperta. Conteúdo pesado e extremamente doloroso.
      Recomendo para aqueles que tem interesse no tema.
      Beijos!!!

      Anna

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  4. eu super me interesso pelo tema e saber que foi tudo tao real que as pessoas realmente estiveram la,sofreram e lutaram por suas vidas, esta tao longe da nossa realidade que as vezes, (se nao fossem pelos livros e pessoas que sobreviveram pra contar historias) parece que isso nao passa de imaginaçao.

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    1. Oi, Emanoelle!
      Há situações tão absurdas que se não fosse uma biografia seria difícil acreditar! Inacreditável pensar que milhões de pessoas foram submetidas a isto e abominável ver que milhares foram seus algozes!
      Beijos!!!

      Anna

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