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14 outubro 2014

Resenha - É isto um homem? - Primo Levi


Autor: Primo Levi
Editora Rocco
Páginas: 256
Ano: 2013

Publicado em 1947


Sinopse:

Neste clássico da literatura contemporânea, Primo Levi dá um testemunho pungente de uma tragédia que afetou milhões de pessoas. Considerado o mais belo livro já escrito sobre a existência massacrada dos judeus deportados, É isto um homem? Não é, no entanto, um relato carregado de ódio e vingança. Desprovidos de saúde, os judeus nos campos de extermínio dificilmente poderiam ser identificados com os homens que eram antes da tragédia. Muito menos seus algozes sem rosto, senhores de escravos, mas sem vontade própria, num campo de morte onde ela, afinal, era o menor dos males.

Resenha:
Primo Levi nos traz a triste, dolorosa e aterradora experiência pessoal do Holocausto judeu, ocorrido no período da Segunda Guerra Mundial, no Campo de extermínio de Auschwitz, sul da Polônia. Esta vivência já foi relatada em diversos livros, mas seu diferencial é trazer sua percepção e detalhamento  do comportamento humano neste contexto de caos, extrema adversidade e desumanização.
"Num instante, por intuição quase profética, a realidade nos foi revelada: chegamos ao fundo. Mais para baixo não é possível. Condição humana mais miserável não existe, não dá para imaginar. Nada mais é nosso: tiraram-nos a roupas, os sapatos, até os cabelos; se falarmos, não nos escutarão - e, se nos escutarem, não nos compreenderão."

Após uma terrível viagem de trem, sem qualquer condição ou tratamento humano, desembarca em Auschwitz, onde sua maior propriedade, seu nome, é rapidamente substituído por um número tatuado grosseiramente em sua pele.

Chega a ser impressionante a capacidade do autor em analisar as atitudes e reações dos prisioneiros e de seus opressores durante a vivência no campo de extermínio. Principalmente pelo fato que que ele não estava isento de extremo sofrimento e privações, fragilizado e debilitado física e mentalmente.

"Aqui, porém, no Campo, não há criminosos nem loucos: não criminosos, porque não existe lei moral a ser violada; não loucos, porque somos programados; cada ação nossa é, neste tempo e neste lugar, claramente a única possível."
Mesmo assim observou com afinco os acontecimentos ao seu redor com gigantesca lucidez, em um momento em que a necessidade pessoal e de sobrevivência "gritava" muito mais alto.
"E não é de crer que os sapatos signifiquem pouco, na vida do Campo. A morte começa pelos sapatos. Eles se revelaram, para a maioria de nós, verdadeiros instrumentos de tortura que, após umas horas de marcha, criam feridas dolorosas, sujeitas a infecção na certa. A gente, então caminha como se tivesse uma bola de ferro amarrada no pé..."

O livro sem sombra de dúvida é um marco na literatura sobre o holocausto e despertou interesse em ler outras obras do autor!
"No Campo, porém, acontece o contrário. Aqui a luta pela sobrevivência é sem remissão, porque cada qual está só, desesperadamente, cruelmente só.
Recomendadíssimo!!! 


Beijos e boas leituras!!!


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