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20 julho 2014

Resenha - Um Porto Seguro - Nicholas Sparks

Autor - Nicholas Sparks

Editora: Novo Conceito

Ano:2012

Páginas: 414

Sinopse:
Quando uma mulher misteriosa chamada Katie aparece repentinamente na pequena cidade de Southport, na Carolina do Norte, questionamentos são levantados sobre seu passado. Linda, mas discreta, Katie parece evitar laços pessoais formais até uma série de eventos levá-la a duas amizades relutantes: uma com Alex, o viúvo, com um coração maravilhoso e dois filhos pequenos, a outra com sua vizinha muito franca, Jo. Apesar de ser reservada, Katie começa a baixar a guarda lentamente, criando raízes nessa comunidade solícita e tornando-se próxima demais de Alex e de sua família. No entanto, quando Katie começa a se apaixonar, ela se depara com o segredo obscuro que ainda a assombra e a amedronta: o passado que a deixou apavorada e a fez cruzar o país para chegar no paraíso de Southport. Com o apoio simpático e insistente de Jo, Katie percebe que deve escolher entre uma vida de segurança temporária e outra com recompensas mais arriscadas... e que, no momento mais sombrio, o amor é seu único refúgio.

Resenha:

A primeira vista a capa nos remete a uma história de amor ... não que não seja. Inicia-se descrevendo uma garçonete aparentemente comum, em um local de trabalho. Tudo seria comum se não fossem algumas reações camufladas que abrigam sentidos mais amplo. Uma mulher envolta em seus mistérios, marcada por seu passado, um relacionamento com Kevin, esse último um investigador da polícia. Uma relação que vista de fora seria normal, mas aos olhos e percepções dessa mulher, doentia e sufocante. Uma mulher que se casa buscando um companheiro amoroso e carinho, mas se vê diante de um homem agressivo e controlador, que a leva a se sujeitar a ser agredida e ainda satisfazê-lo em seus desejos sexuais, além das obrigações como “boa e amável” dona de casa. 

Em busca de se libertar do inferno que vive, planeja sua fuga, praticamente perfeita. Onde assume uma nova identidade, Katie, uma garçonete em uma cidadezinha da Carolina do Norte, Southport. Longe de todos que a conheciam, em uma nova cidade, faz amizade com Jo, sua única confidente. Uma amizade que surpreenderá. 

Nessa nova vida conhece Alex, um viúvo simpático e carinhoso com dois filhos pequenos, Josh e Kristen. Katie se apaixona por Alex, e se vê diante do dilema de viver um novo relacionamento, se permitir o envolvimento e se entregar as sensações que são gerados pelo amor em sua forma de carinho e respeito. Enquanto ainda vaga em sua mente o fantasma de Kevin. Esse por sua vez, ainda alimenta em sua mente a busca por sua mulher, “egoísta e que não soube corresponder ao amor que ele tento dedicou a ela”. Quando tudo estava perfeito demais para Katie e Alex, ressurge Kevin, descobrindo o paradeiro de sua esposa, disposto a leva-la a todo custo para casa. 

O autor ao desenvolver a história nos passa a impressão de tê-la criado sobre quatro eixos: A relação da mulher que sofre violência em casa; A mente doentia do agressor; A abertura para um novo relacionamento, pautado no amor, carinho e respeito, com as sensações conflitantes que são geradas; E, não menos importante, a amizade consigo mesma, a forma reflexiva de diálogo “com nossas duas polaridades”. Dentre as sensações geradas ao adentrarmos em UM PORTO SEGURO, iniciamos com a indignação, dor pela mulher que vive o casulo dos tapas, murros em nome de um amor, e que cada vez tremerá pelo receio que o hoje seja um dia de ver manifestar o amor em sua forma ríspida, o qual a vida lhe proporcionou. Quanto ao personagem Kevin, a esse seria fácil simplesmente atribuirmos o papel de “mau”. Mas se conseguirmos apenas olhá-lo, sem já o rotularmos de vilão, veremos o quanto está perdido em suas convicções. Toda a sua forma distorcida de amar, cada agressão, cada justificativa, nos mostra um coração que pulsa por um sentimento forte, mas uma mente e um corpo que não soube lidar e canalizar suas sensações, se perdendo em suas convicções. E o que dizermos sobre se abrir para um novo relacionamento, o que Katie sentiu e nos transmite, foi como uma ferida viva ruborizada com uma superfície quase umedecida, cujo os vasos pulsavam sob uma delicada camada de proteção, e de repente alguém a toca com a maior ternura possível, aquela superfície úmida e sensível, que nos remeteria a ver o quanto está vivo, aberto e sensível a ser trabalhado, sentiu o amor de uma forma que não estava acostumada a viver. Sensações intensas e novas que não sabe explicar, ser tocada com carinho e respeito. E, sem deixar passar, o que me surpreendeu bastante na história foi o desfecho da amiga Jo, confesso que não esperava, mas muito digna a abordagem! 

Ao observarmos a capa do livro, cuja a mensagem ...”Nos momentos mais difíceis, o amor é o único refúgio” ... antecedendo ao título UM PORTO SEGURO, o artigo UM por ser indeterminado, reforça o sentido do livro, o amor como uma das formas de porto seguro, e não como sendo o único porto seguro. Até porque o livro não se conteve apenas a uma história de amor, independentemente de ser ríspido ou em sua ternura, mas a abordar questões mais abrangentes, destacando a relevância de algumas. Então amor um porto seguro, amor o único refúgio nos momentos difíceis, um afeto vivo e delicado capaz de ser o abrigo que nos passa confiança, capaz de curar o que foi machucado. Katie que diga isso!
Boas  leituras!!!


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